Capivara Criminal 2p1t72

Carandiru de Campo Grande tinha chefe e ela se chama Teka 5p2z72

Cleria Mari Souza de Lima, de 44 anos, a “Teka”, foi presa com drogas e armas e, segundo a investigação, controlava o o a condomínio inacabado em Campo Grande d5k6x

O “Carandiru”, como ficou conhecido o condomínio inacabado alvo da megaoperação da Polícia Civil “Abre-te, Sésamo”, no dia 6 de junho de 2023, tinha uma mandachuva, ditadora das regras no endereço definido pelas autoridades como “central do crime”, no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. Ela está na foto abaixo e você vai saber quem é nesta edição extra da Capivara Criminal.

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Cleria Mari Souza de Lima, de 44 anos, a “Teka”, sendo colocada em viatura. (Foto: Divulgação)

No lugar, indica a investigação jornalística da Capivara Criminal, vigorava a lei da sociedade de criminosos originada em presídios paulistas, dominante em Mato Grosso do Sul. Havia inscrições pelas paredes com frases da facção e até um cômodo usado para sessões de tortura, típicas do grupo ilegal.

Cleria Mari Souza de Lima, de 44 anos, a “Teka”, controlava o entra e sai do condomínio e também era a guardiã das chaves de apartamentos insalubres da edificação, revelam detalhes da investigação aos quais a coluna teve o. Uma das chaves encontradas com ela abriu cômodo onde foram apreendidos 32 tabletes de maconha (11 quilos), durante a força-tarefa da Polícia Civil.

“Teka” foi uma das 13 pessoas presas no “Carandiru”. O flagrante foi por posse de revólver calibre 38, munições de calibres 9mm e .40, papelotes de cocaína e pasta base. Sob a responsabilidade dela e do marido, Rosivaldo Pereira, 34 anos, também capturado, foi encontrada, segundo a polícia, uma diversidade de itens de origem não comprovada.

Para os responsáveis pelo trabalho, são frutos de pagamento por drogas.

Aparelhos eletrônicos, equipamentos médicos, como um medidor de pressão arterial, celulares, ferramentas de construção civil, e dinheiro de várias nacionalidades foram localizados com o casal. Só em reais, foram 11 mil.

Nesta quarta-feira (7), ambos tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e foram levados para presídios.

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Bicicletas apreendidas durante a operação no “Carandiru”. (Foto: Divulgação)

Mandachuva 4g5w5q

Conhecida como “chefe do Carandiru”, “Teka” se dizia a responsável por quem vivia no local, conforme explica à reportagem a delegada Priscila Anuda Quarti, coordenadora da operação que levou Cleria Mari presa.

“Ela era a mandachuva do local, as pessoas só entravam e saiam do condomínio com a autorização dela. Ela mesmo se intitulava a responsável por todas as famílias que residiam no local. No bloco 1, por exemplo, tinham unidades vazias e a “Teka” dominava, tinha o controle, todas as chaves. A chave de o a um dos locais com maior quantidade de droga estava no bolso dela. Então, a gente pode afirmar que ela é, sim, a liderança ali dentro”.

Priscila Anuda Quarti, coordenadora da operação “Abre-te, Sésamo”
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Drogas, dinheiro, balança de precisão e mais objetos apreendidos durante a operação. (Foto: Divulgação)

Conforme a delegada, “Teka” cobrava pelo menos R$ 300,00 pelo aluguel dos apartamentos, abandonados em 1994 pela construtora responsável e invadidos desde então. Lá, os os familiares de Cleria Mari dividiam espaço com os outros moradores, parte deles envolvidos com a criminalidade, de acordo com as conclusões da investigação.

Todos sob a proteção e controle da “síndica” do “Carandiru”.

Uma filha dela também foi presa na operação, igualmente com entorpecente.

A decisão judicial autorizando as buscas e apreensões em todos os 46 apartamentos do residencial relaciona uma dezena de imóveis como sendo de responsabilidade de “Teka”.

“Ela escolhia quem morava lá. A maioria das pessoas que residiam no local tinha alguma relação, direta ou indireta, com a prática do crime da “Teka”. Ela dizia que lá, polícia não entrava, que era ela quem mandava, que recebia objetos furtados em troca de droga. Além disso, ali moram muitas pessoas ligadas a “Teka”, toda a família dela residia no local. As outras famílias, que não são da família dela, pagavam para estar ali, não era algo gratuito”.

Atos de insubordinação à “leis” da liderança do “Carandiru” eram punidos na cantoneira, um espaço destinado a sessões de tortura, que ficava no bloco lll do condomínio, identificou a equipe policial.

“Durante a investigação, descobrimos que o local era usado como disciplina. Se a `Teka´ discordasse de alguém daquele grupo, ela mandava que a pessoa ficasse no local presa”, observa a delegada à Capivara Criminal.

Em um dos blocos, o último andar ficava vazio. A suspeita policial é de uso para armazenamento de armas, drogas e outros produtos da marginalidade.

“Impecável” 36471l

Diante das críticas feitas ao fato de a ação policial ter mirado todos os imóveis, sem distinção, a delegada anota que o espaço não é morada exclusiva de foras da lei. Diz ainda não terem ocorrido violações a direitos.

Não teve violação alguma, o procedimento foi impecável, inclusive, no decorrer da operação, separamos as famílias que não estavam sendo alvo, colocamos as crianças com homens e mulheres que não eram alvo, oferecemos lanche e eles ficaram ali, enquanto os policiais trabalhavam. Fomos lá para coibir práticas de crime, angariar elementos de prova para investigação, armas, drogas, produtos ilícitos, objetos sem procedência comprovada e conseguimos buscar tudo isso”, comenta.

Está descrito no despacho judicial autorizativo da ação a necessidade de se fazer a busca em todos os apartamentos até como forma de individualizar condutas e punir quem de fato agride a lei.

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Policiais fazendo buscas em um dos apartamentos do “Carandiru”. (Foto: Polícia Civil)

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Na delegacia, depois do flagrante, Cleria Mari silenciou, direito garantido em lei. O marido dela, Rosivaldo, assumiu a posse do armamento. Em relação às drogas, disse serem para consumo próprio.

Na visão dos policiais responsáveis pela prisão, ele fez isso para tirar a culpa da companheira, pois ela é a superior na hierarquia do esquema.

Um homem citado apenas como “Nilão” é apontado como liderança negativa sobre os moradores pelas apurações. Ele não foi encontrado no “Carandiru” no dia das ações de campo.

Defesa confrontou juíza 5f2e2p

Na audiência de custódia – quando é verificado se os direitos constitucionais do alvo da prisão foram cumpridos – o advogado de defesa do casal, Jean Carlos Cabreira, questionou o fato de o procedimento ficar a cargo de Eucélia Moreira Cassal, a mesma juíza à qual coube julgar a representação da Polícia Civil pelas buscas no conjunto de apartamentos.

Para o defensor, Eucélia devia se declarar impedida. Ele também questionou o fato de o mandado de busca e apreensão não ter o nome de Rosivaldo.

Teve tom contundente a resposta da magistrada. Citou não haver qualquer impedimento para avaliar a legalidade da prisão, lembrando que, no ordenamento jurídico, é a autoridade do judiciário preventa para presidir os atos decorrentes da “Abre, te, Sésamo”, por já estar cuidando do assunto.

A escala de quem cuida das audiências de custódia pelo Judiciário de Mato Grosso do Sul define um juiz por semana e essa era a vez de Eucélia.

Encaminhamentos 6n1530

Pela apuração da Capivara Criminal, os mandados foram autorizados em abril, mas só agora foram cumpridos diante da necessidade de montagem de uma ofensiva tão grande, com mais de 300 envolvidos, mais de 250 deles policiais civis e militares, que eram apoio ao cumprimento das medidas.

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Na determinação judicial, a Polícia Civil foi autorizada a extrair o conteúdo dos celulares encontrados com os presos. Isso é diferente de interceptação, pontuou a juíza, pois não significa monitorar o contato feito pelos investigados, e por isso houve autorização.

Como há réus presos, a Polícia Civil tem prazo de 10 dias para relatar o inquérito ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a quem cabe fazer a denúncia à Justiça pelos ilícitos penais identificados. Foram listados tráfico de drogas, posse ilegal de armas, e receptação, por enquanto.

Dois caminhões de objetos sem procedência comprovada, 12 quilos de maconha, 2 quilos de cocaína, 2 armas, 50 munições e R$ 20 mil em dinheiro foram apreendidos pela polícia na operação.

Dentre os itens com suspeita de roubo e furto estão bicicletas, televisores, bojões de gás, instrumentos musicais, ferramentas, bebidas e muitos mais. Os objetos serão catalogados na expectativa de esclarecer se foram ou não, adquiridos de forma ilícita.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Capivara Criminal, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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