Alfredo da Mota Menezes

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Uma história de amor e ódio 6n2l68

No geral, os brasiguaios, como são chamados, votam nos Colorados antes e agora. 304h3q

Poucos dias atrás foi eleito presidente do Paraguai, Santiago Pena, pelo partido Colorado que, aliás, está no poder há mais de 70 anos. Só houve pequena interrupção nesse controle politico no país vizinho com a eleição do bispo Fernando Lugo. Antes de terminar o mandato sofreu impeachment num Congresso dominado pelos Colorados.

O Brasil tem uma história de amor e ódio com esse país. Mato Grosso esteve envolvido nisso também. A Guerra do Paraguai (1864-1870) é uma prova. Nem vamos entrar em nada desse conflito e sim buscar outros fatos do relacionamento entre os dois países.

brasil e paraguai
Brasil e Paraguai (Foto: Governo Federal)

Hoje, como exemplo, vivem cerca de700 mil brasileiros no Paraguai ou algo como 10% da população daquele país. Essa presença de brasileiros ali começou no governo de Alfredo Stroessner, outro Colorado que, com eleições fictícias, permaneceu 35 anos no poder.

Um pouco dessa história. Membros do Partido Liberal, opositor aos Colorados, se refugiavam na Argentina. Havia a possiblidade de tomarem o poder com apoio argentino. Frente a essa realidade, Stroessner busca aproximação com o Brasil no governo Juscelino Kubitscheck.

A industrialização no Brasil estava crescendo, seja com empresas nacionais ou do exterior. O país precisava de mercado para venda externa. O Paraguai foi um lugar que o Brasil usou como plataforma para atingir outros países da região.

Foi no governo JK que começou a construção da Ponte da Amizade no rio Paraná, unindo Foz do Iguaçu a Ciudad del Este. Um meio de puxar o país guarani para o Brasil, longe da Argentina. Não esquecer que este país vivia seu auge na região, não como está hoje precisando até da mão amiga do Brasil para sair de situação econômica complicada. Naquele tempo era outra a história da Argentina.

Brasil e Paraguai dão outro o para união com o Tratado de Itaipu para construir a hidrelétrica no rio Paraná. A energia gerada seria distribuída entre os dois parceiros. Como os paraguaios não tinham capacidade para consumir toda sua energia, era obrigado a vender para o Brasil até quitar a divida do Paraguai que, aliás, não botou um centavo para construir Itaipu.

O o maior daquela aproximação no governo Stroessner foi a abertura do país para que milhares de brasileiros comprassem terras no país vizinho. Para o Paraguai seria uma nova fonte de renda e uma força extra para contrabalançar os liberais na Argentina. No geral, os brasiguaios, como são chamados, votam nos Colorados antes e agora.

A ida daqueles brasileiros para o país foi no momento que milhares de sulistas vinham para Mato Grosso nos governos Médici e Geisel. Para aliviar problemas sociais e demográficos no sul arrumaram um meio de levar gentes para o Paraguai e o Nortão.

Esses brasileiros transformaram aquele país num grande produtor de soja. No início, como viviam em comunidades de brasileiros, quase nem falavam o espanhol. Com o tempo aram para o que se apelida de portunhol. Os filhos desses migrantes, já estudando em escolas no Paraguai, logo começam a falar espanhol como um autóctone e alguns até falam guarani.

O Paraguai é o país na América Latina que o Brasil teve mais aproximação. Agora sem guerra, como aquela destrutiva do século 19.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Alfredo da Mota Menezes , e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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