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Giallo: o terror da Itália fora da Copa 955s

A seleção que venceu com brilho a Inglaterra na final da última Eurocopa sucumbiu nas eliminatórias e não conseguiu vaga para tentar o quinto título mundial no Catar. Foi um terror para os italianos. Terror, aliás, é uma das especialidades desse povo, inventor do subgênero Giallo. Se você nunca ouviu o termo, saiba que já […] 321e4k

A seleção que venceu com brilho a Inglaterra na final da última Eurocopa sucumbiu nas eliminatórias e não conseguiu vaga para tentar o quinto título mundial no Catar. Foi um terror para os italianos. Terror, aliás, é uma das especialidades desse povo, inventor do subgênero Giallo. Se você nunca ouviu o termo, saiba que já deve ter se deparado com muitos filmes inspirados nos gialli italianos. Quer ver só? Já viu essas combinações antes?

  • máscara ocultando o rosto do assassino, mortes violentas e estilizadas; (eita! Halloween?)
  • armas perfurocortantes e apelo sensual do corpo feminino (opa! Alguém lembrou do Jason e das moças do Camp Crystal Lake de Sexta-Feira 13?)
  • temas de mistério ao estilo “quem foi”, “quem é o assassino”? (hum… Pânico na área!)

Sim, o Giallo é uma espécie de pai do Slasher, o subgênero que consagrou vários assassinos imparáveis de Hollywood. E tem como influência três pilares. O mais forte deles, a série literária Ill Giallo Mondador, com histórias curtas de mistério ao estilo Agatha Christie – que aliás, foi publicada algumas vezes nessa coleção.

Os livros tinham capas na cor amarela, que em italiano, é giallo. Outra fonte são os filmes Krimi alemães, tramas policiais com um toque de humor. E a última inspiração: Alfred Hitchcock, o cineasta por trás de clássicos como Os Pássaros e Psicose.

Inclusive, a versão em inglês do primeiro Giallo, La Ragazza che Sapeva Troppo, feito em 1963 por Mario Bava, recebeu o nome de The Girl Who Knew Too Much (A Mulher que Sabia Demais), uma escancarada referência ao clássico The Man Who Knew Too Much (O Homem que Sabia Demais), que o gênio britânico dirigiu em 1934. O filme italiano está disponível de graça no Youtube e pode ser encontrado pelo título em português Olhos Diabólicos.

A trama nos apresenta a uma leitora assídua de livros gialli que usa esse conhecimento para investigar uma série de mortes. Um dos astros do filme é John Saxon, que se tornou conhecido por aqui como o pai da personagem Nancy de A Hora do Pesadelo. La Ragazza foi filmada em preto e branco.

Um ano mais tarde, o próprio Bava, referência do horror italiano, dirigiu o filme que é considerado o exemplo clássico do Giallo, com todos os elementos que o caracterizam e uma novidade marcante em relação ao primeiro: Seis Mulheres para o Assassino (Sei Donne per L´Asssino, 1964) é um espetáculo de cores. Ele também pode ser visto de graça, legendado, no Youtube. Uma modelo é assassinada e na busca por um diário que pode incriminá-lo, o assassino do título original faz outras vítimas. A obra é tão marcante que é considerada, apesar de cronologicamente não o ser, como o primeiro Giallo da história.

O sucesso de Bava só foi superado pela obra-prima Prelúdio para Matar (Profondo Rosso, 1975) de Dario Argento. É a história de um músico que testemunha a sangrenta morte da vizinha. Envolvido sem querer no crime, tem sua foto divulgada no jornal e a a ser perseguido pelo matador. Ao mesmo tempo, ele investiga o motivo da trilha de corpos que encontra pelo caminho. Conta com a ajuda de uma jornalista responsável pelas cenas cômicas quebram o impacto das mortes terríveis.

Trailer de Prelúdio para Matar (Crédito: Divulgação)

O diretor não poupa a audiência de ver cortes profundos na carne das vítimas, daí o título original que, traduzido ao pé da letra, seria “Vermelho Profundo”. O assassino usa máscara, uma capa de chuva e luvas, características dos gialli. Sem mostrar nem ao menos a mão que esfaqueia as vítimas, como saber se pertencem a um homem ou a uma mulher, um jovem, um idoso? Mistério total até as últimas cenas.

Outra recomendação de Giallo que está no Youtube: No Quarto Escuro de Satã (Il Tuo Vizio è una Stanza Chiusa e Solo io ne ho la Chiave, 1978), de Sergio Martino. Satã é o nome do gato de um casal que tem uma pousada na Itália. Ele é amado pelo homem e odiado pela mulher. Aqui, Martino abusa do apelo sensual do corpo de atrizes lindíssimas ao narrar um perigoso triângulo amoroso entre os protagonistas.

Quem gosta de Edgar Allan Poe vai identificar referências diretas a dois contos do mestre do gótico: O Gato Preto e O Barril de Amontillado. As facas são tão estrelas quanto os atores e novamente as luvas dificultam nossos palpites. Dá até pra arriscar um bolão e chutar quem são os assassinos. Só tome cuidado, ao contrário da maioria dos slashers, os gialli são tão imprevisíveis quanto o resultado de uma partida de futebol. É a Itália batendo um bolão. Se não no Catar, pelo menos, nos campos do terror.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Toda Sexta é 13, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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